BlogWi-FiQual é a origem e o significado da sigla Wi-Fi?

Qual é a origem e o significado da sigla Wi-Fi?

Você lembra de um tempo em que não existia Wi-Fi? Em que as conexões à internet requeriam uma infinidade de cabos? Hoje, fazemos chamadas, enviamos mensagens, assistimos a vídeos e navegamos na internet sem fio, graças à maravilha da tecnologia Wi-Fi. Mas o que exatamente isso significa e como funciona? “Wi-Fi” tornou-se uma palavra tão comum no nosso vocabulário cotidiano que raramente paramos para pensar no que realmente significa.

Ao folhear as páginas da história da Wi-Fi Alliance, associação global de empresas que deu origem ao Wi-Fi, descobrimos uma envolvente narrativa de colaboração, uniformização e inovação que moldou significativamente a maneira como acessamos a Internet sem cabos. Este não é apenas o progresso de um pequeno círculo de empresas tecnológicas, mas sim a transformação contínua de uma organização global, comprometida com a certificação de produtos Wi-Fi, o estabelecimento de padrões consensuais e defendendo as maravilhas da conexão sem fios.

A influência da Wi-Fi Alliance inclui além da própria formulação dos padrões industriais para as redes Wi-Fi atuais. Esta inovadora organização sem fins lucrativos – ou melhor, seu predecessor inicial – também teve o privilégio de ser a força criativa por trás do nosso tão familiar termo “Wi-Fi”.

Neste artigo, vamos desvendar a ciência por trás do Wi-Fi, explicar sua origem e mostrar como essa tecnologia transformou o mundo digital em que vivemos. Então, prepare uma xícara de café, sente-se e prepare-se para uma viagem fascinante pelo mundo sem fio da Internet. Ficou curioso? Continue lendo e descubra mais.

E assim tudo começou

A incrível jornada começa na Wi-Fi Alliance, que está inextricavelmente vinculada às raízes e evolução da revolucionária tecnologia Wi-Fi. O Wi-Fi, padrão hoje reconhecido para redes locais sem fio (WLAN), surgiu como um mecanismo fascinante que transformou nosso modo de conectar dispositivos eletrônicos a uma rede sem fio. A história começou a ser escrita na virada dos anos 80 para os 90, em uma época onde empresas de tecnologia pioneiras lutavam para criar soluções para redes sem fio.

Em meio a essa frenesi, houve um marco decisivo em 1985. A Comissão Federal de Comunicações (FCC), numa iniciativa pioneira, liberalizou as bandas de rádio denominadas Industriais, Científicas e Médicas (ISM) para serem utilizadas sem necessidade de licença. Essa sábia decisão permitiu o florescimento de tecnologias de comunicação sem fio de baixa potência. Essas frequências foram inicialmente destinadas para aplicações industriais de RF, mas encontraram uso extensivo inclusive no campo militar.

O momento da liberação dessas frequências ISM pelas autoridades foi um divisor de águas, abrindo caminho para o nascimento da revolucionária ideia das redes sem fio. Empresas visionárias como a NCR Corporation e AT&T, aproveitaram essa oportunidade para inovar, criando produtos pioneiros utilizando suas próprias tecnologias proprietárias dedicadas às redes sem fio. Grande parte das maravilhas da conectividade sem fio que hoje damos como certa, foram semeadas nesse período crucial.

Liberdade para avançar

Em meados da década de 1990, a Internet ainda engatinhava em seu potencial comercial. Entretanto, o governo americano Clinton, entusiasmado com as possibilidades emergentes de tecnologias de informação e comunicação (TIC), lançou em 1996 uma iniciativa inovadora: liberar uma fatia modesta do espectro sem fio não licenciado para os dispositivos da então nova Infraestrutura de Informação Nacional Não Licenciada (U-NII).

Foi como abrir uma caixa de pandora futurista. Agora, tecnologias de redes sem fio eficientes em termos energéticos podiam ser comercializadas pela primeira vez. Um aspecto crucial deste cenário era a abertura proporcionada pela Comissão Federal de Comunicações (FCC): não estabeleceram limitações expressivas sobre as categorias de produtos nesse espectro.

Com um toque de liberdade, a FCC praticamente disse: “O espectro não tinha restrições rígidas quanto à sua finalidade — ou seja, a FCC não controlava as aplicações às quais as aplicações eram direcionadas, desde que a finalidade não interferisse em outras atividades fora da banda”, como diz o livro History and Strategy.

Enquanto a FCC flexibilizava suas políticas relativas ao espectro, inúmeros inventores começaram a explorar novas aplicações para as redes. Em meio a esta avalanche inovadora, o Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE) inaugurou o subcomitê 802.11 em 1990 – um sucessor direto do Comitê 802 que havia projetado os padrões Ethernet nos anos 80 – para gerar padrões uniformes para transmissão de dados sem fio em curta distância. Nos anos que se seguiram, diversos fornecedores testaram redes locais sem fio em diferentes cenários como universidades e armazéns. Contudo, esses projetos não ganharam escala comercial, na sua maioria devido à ausência de interoperabilidade percebida pelos usuários finais.

A criação da marca Wi-Fi

Em 1999, algo mudou a forma como nos conectamos ao mundo digital – o subcomitê 802.11 estabeleceu uma nova era de conectividade sem fio com o padrão 802.11a. Não muito tempo depois, eles divulgaram seu sucessor, o 802.11b, abrindo a porta para a configuração de verdadeiras redes domésticas sem fio pela primeira vez.

Gigantes da tecnologia como Apple e Microsoft rapidamente integraram o 802.11b aos seus produtos. O resultado foi simplesmente um boom de dispositivos capazes de se conectarem à Internet pelo ar. Empresas de rede atentas lançaram um mar de produtos em resposta, mas logo identificaram uma questão: o nome “802.11b” não soava exatamente amigável.

Foi nesse momento que uma coalizão global de empresas – incluindo a 3Com, Lucent, Nokia e outras – uniu forças para criar a Wireless Ethernet Compatibility Alliance (WECA). Sua missão foi repaginar a marca 802.11b com um toque de criatividade e inflamar o interesse pelos pontos de acesso sem fio.

Uma renomada agência de marketing, chamada Interbrand, foi a mente brilhante responsável por essa repaginada. O lançamento dessa marca crucial na nossa comunicação moderna descansou em seus ombros e eles responderam ao desafio com dez sugestões de nomes criativas para a WECA avaliar. Entre as sugestões estavam “Prozac”, “Compaq”, “OneWorld”, “Imation”. Logo, o crédito pela criação do termo “Wi-Fi” vai todo para a WECA, hoje Wi-Fi Alliance.

“Estávamos à procura de algo mais vibrante do que ‘802.11b'” lembrou Belanger, fazendo referência à terminologia oficial dessa modalidade de comunicação. Talvez, então, a confusão sobre o nome deste método inovador de comunicação sem fio surgiu justamente da tentativa inicial da agência Interbrand de dar sentido ao seu novo termo.

A empresa lançou a nova marca com o slogan “O Padrão para Fidelidade sem Fio” para acrescentar significado ao termo Wi-Fi, temendo que os membros do conselho administrativo não aceitassem um nome fruto da imaginação, desprovido de qualquer significado concreto. Entretanto, concluíram depois que essa adição só gerou mal-entendidos. De acordo com Belanger, esse detalhe foi um equívoco e logo retiraram a frase explicativa para evitar futuros conflitos.

Agora vamos desfazer um mito: Wi-Fi não significa “Wireless Fidelity” (fidelidade sem fio), apesar do que alguns podem dizer. Conforme revelou em 2005 Phil Belanger, um dos membros fundadores da WECA, a palavra não significa absolutamente nada: na verdade, é apenas um termo de marketing estilizado que simboliza a ideia da conectividade sem fio à Internet, nada mais.


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